domingo, 29 de maio de 2011

Filhos da Classe D começam a chegar às universidades


Beneficiados pelo aquecimento da economia brasileira, jovens com renda familiar de até R$ 1 mil conquistam novo espaço. Os dados são da PNAD 2009 (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio) do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). A pesquisa revelou ainda que 58% da população universitária no País (32.038 alunos) são da classe C e tem renda familiar mensal entre R$ 1.115 a R$ 4.807. No Rio, 957 mil pessoas que estão na graduação em instituições particulares são das classes C e D.

De acordo com Rodrigo Capelato, pesquisador do Sindicato das Entidades de Ensino Superior do Estado de São Paulo (Semesp), o aquecimento da economia brasileira atrelado aos programas assistenciais do governo, como o ProUni, e o novo posicionamento das instituições particulares de ensino superior na briga por novos alunos têm levado os filhos de famílias da classe D a sonhar, pela primeira vez, com um futuro melhor.

“Nas universidades públicas a concorrência afasta os alunos que não passaram por uma boa formação básica, como os da classe C e D. Já a guerra de preços nas entidades privadas tem contribuído com a redução das mensalidades e possibilitando a ascensão de uma nova classe no Nível Superior. Sem falar nos programas assistenciais como o ProUni e o Fies que ajudaram no ingresso da classe D à faculdade”, avalia Capelato.

Pesquisa divulgada na última semana pelo IBGE comprovou que a diferença salarial entre trabalhadores com Nível Superior e os demais chega a 225%. No Rio, o precipício que separa graduados de não graduados equivale em dinheiro a R$ 2.075, isto é, quatro salários e meio — levando em consideração o valor do mínimo de R$ 461 no ano de 2009, data dos dados coletados.

Pesquisador do Cadastro Central das Empresas (Cempre), Juarez Silva destaca que os profissionais com melhores salários estão inseridos em atividades financeiras, na Educação e Administração Pública. Por pagarem melhor, tais setores também captam profissionais de maior nível de escolarização. No extremo oposto se encontram as áreas da Construção Civil, Alimentação e Serviços, que concentram mais profissionais com níveis Médio e Fundamental.

Quando se compara as regiões do Brasil, o Sudeste se destaca. A parcela de assalariados com Nível Superior completo chega à faixa dos 63,8%. A região Sul foi a segunda colocada, com 15 % do pessoal assalariado com Nível Superior. No Nordeste, a participação de assalariados com graduação foi de 11,7%. Atrás vem no Centro-Oeste ( 6,8%) e Norte ( 2,7%). A pesquisa foi feita com 40,2 milhões de trabalhadores.

Fonte: Jornal O Dia

Nenhum comentário:

Postar um comentário