terça-feira, 6 de novembro de 2012

Juízes federais e trabalhistas farão paralisação por recomposição salarial




Os juízes federais e trabalhistas decidiram paralisar suas atividades na quarta (7) e quinta-feira (8) dessa semana. Eles pedem recomposição de perda salarial de 28,86% referentes à falta de reajuste desde 2006.

Ainda não há previsão de quantos magistrados efetivamente pararão. A orientação é que os juízes compareçam aos fóruns, mas atendam apenas as emergências - como no caso de risco de prisão. Cada caso deverá ser avaliado individualmente.

Os juízes deixarão de participar também da Semana Nacional de Conciliação, que acontecerá entre os dias 7 e 14 de novembro. "O protesto não é contra a conciliação em si, mas é uma forma de protesto da categoria", afirmou Nino Toldo, presidente da Ajufe (Associação dos Juízes Federais do Brasil).

Em conjunto com a Anamatra (Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho), a Ajufe pede, além da recomposição salarial, a volta do adicional por tempo de serviço, que deixou de ser pago em 2005. "Hoje, quem é juiz há muitos anos recebe o mesmo que aquele em início de carreira. Isso afeta o estado de ânimo, o juiz não vê mais o sentido de permanecer na carreira", disse Toldo. 

O salário inicial líquido de um juiz federal ou do trabalho é hoje de R$ 15 mil. Outra reclamação é a falta de pagamento de adicional por acúmulo de funções administrativas ou por trabalho em outra comarca, como existe, por exemplo, na magistratura estadual.

Segundo Renato Sant'Anna, presidente da Anamatra, em um gabinete formado pelo juiz e por uma média de 15 funcionários a ele subordinados, o subsídio do magistrado costuma ser apenas o quarto maior. Ele afirma que "a sociedade deveria se preocupar se não houvesse mobilização". "Ninguém entra na magistratura para ficar rico. Somos trabalhadores que vivemos do nosso trabalho. Se não houvesse mobilização, isso indicaria que alguma coisa está errada", afirmou.

Amanhã, representantes das associações devem se reunir em Brasília com o presidente do Senado, José Sarney (PMDB-AP) o presidente da Câmara, deputado Marco Maia (PT-RS) e com o presidente do Supremo Tribunal Federal, ministro Ayres Britto. Ainda não há previsão de reuniões com membros do governo. Atritos entre a magistratura e a presidente Dilma começaram no ano passado, após o Executivo deixar de encaminhar ao Congresso proposta orçamentária para o reajuste do subsídio. Neste ano, a proposta foi reduzida.

Fonte: Folha.com 

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