quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Falta de chuva faz ONS ligar térmicas a óleo e diesel; conta deve encarecer




O ONS (Operador Nacional do Sistema Elétrico) determinará hoje o acionamento de térmicas movidas a óleo combustível e diesel em todo o país para suprir uma carga de 2.100 MW médios que deixarão de ser fornecidas pelas hidrelétricas ao sistema.

A razão para essa decisão está no atraso das chuvas. O ONS só determina o acionamento destas térmicas quando a situação é crítica.

O custo por MWh (megawatt hora) gerado nessas usinas pode variar entre R$ 400 e R$ 500, muito acima das térmicas a gás natural, que também já foram ligadas para tentar frear a queda dos reservatórios do sistema elétrico brasileiro.

Não deve faltar energia, mas os consumidores devem sentir os efeitos desse custo no ano que vem, quando as distribuidoras responsáveis pelo fornecimento da energia que consumimos receberem o reajuste das tarifas.

No alto verão --quando há abundância de água nos reservatórios--, as hidrelétricas produzem energia a um custo inferior a R$ 50 por MWh, mas isso não está ocorrendo neste momento.

Com o atraso das chuvas, o PLD (Preço de Liquidação das Diferenças) --índice utilizado pelo operador do sistema elétrico para precificar o custo da geração a partir da oferta de energia disponível nas hidrelétricas-- atinge agora níveis superiores a R$ 300 por MWh.

Como aumentou o risco de déficit no sistema, o operador determinou o acionamento das térmicas a óleo combustível. O ONS disse que o sistema de reservatórios de hidrelétricas no Sudeste e Centro Oeste tem déficit de 11,5% acima da CAR (Curva de Aversão ao Risco).

Essa "curva de aversão" foi criada para calcular qual é o tamanho do déficit de hidrelétricas no SIN (Sistema Interligado Nacional). Hoje, esse risco não deveria superar 5% no sistema. No Nordeste, a curva está 5,3% acima do nível meta.

Desde setembro, o ONS sentiu a necessidade de ligar as térmicas a óleo, mas retardou a decisão para evitar custos excessivos aos consumidores. Agora, alega que não tem mais como esperar.

Fonte: Folha.com 

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