sábado, 9 de julho de 2011

Bombeiros não podem entrar em quartel com fitas vermelhas


As fitas vermelhas amarradas em antenas de carros, um dos símbolos do movimento salarial dos bombeiros, estão proibidas nos quartéis. A decisão do comando do Corpo de Bombeiros foi publicada, na quinta-feira, no boletim interno da corporação.


Além das fitinhas, também está proibida a entrada em qualquer estacionamento das unidades do Corpo de Bombeiros de veículos com banners, adesivos, bandeiras, pinturas, faixas, adereços, adornos ou acessórios que façam referência "explícita ou implícita aos fatos ocorridos durante movimentos reivindicatórios por melhorias de vencimentos e de condições de trabalho", segundo o texto do boletim interno.


O comandante-geral do Corpo de Bombeiros, coronel Sérgio Simões, também mandou advertir 63 cabos bombeiros por terem cantado com excessivo fervor o hino da corporação durante uma solenidade de formatura, na quinta-feira, num quartel de Guadalupe. Os bombeiros teriam sido especialmente enfáticos ao cantar o trecho "Nenhum passo daremos atrás", verso que tinha virado uma espécie de lema no período das reivindicações.


De acordo com a Secretaria estadual de Defesa Civil, os bombeiros advertidos pelo comandante-geral durante a cerimônia já entregaram um memorando com suas defesas. Dentro de 20 dias, será decidido se os militares serão punidos administrativamente.


O trecho do hino é o mesmo que virou lema das manifestações por aumento de salários, iniciado por guarda-vidas da corporação em abril. Quem circulou pelo Centro do Rio entre maio e junho teve chance de ouvir repetidas vezes o verso, que virou palavra de ordem nas escadarias da Assembleia Legislativa do Rio, onde os manifestantes ficaram acampados.


O movimento culminou na prisão de 439 bombeiros por uma semana por causa da invasão do Quartel Central, mês passado na Praça da República. Desta vez, o trecho cantado fora do tom gerou constrangimento aos oficiais do Curso Superior de Comando e alguns deles deixaram a cerimônia antes do fim.


Apesar da ousadia, a Banda Sinfônica do Corpo de Bombeiros, que executava a melodia, não interrompeu a música. A formatura havia ocorrido no mesmo dia em que o governador Sérgio Cabral anunciara a concessão de auxílio-transporte e gratificações para parte dos bombeiros militares.




Fonte: Jornal O Globo

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