Comunicado divulgado pelo Procon-SP nesta quinta-feira contestou a decisão do Banco Central de não mais ressarcir o cidadão que receber uma cédula danificada. Segundo estimativa do BC, cerca de 75 mil notas manchadas por mecanismos anti-furto estão em circulação.
Para o Procon, o custo da medida de segurança contra o aumento de explosões de caixas eletrônicos, principalmente no Estado de São Paulo, não deve ser repassado à população. Por esse motivo, o Procon oficiou o BC solicitando esclarecimentos e readequação das normas às diretrizes do Código de Defesa do Consumidor, que pressupõe a boa-fé.
"O consumidor que realizar um saque de um caixa eletrônico e se deparar com uma nota manchada não terá como contestar e pedir a reparação de imediato", diz um trecho do comunicado. Para o diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, "essas medidas têm duas finalidades: a primeira é manter o cidadão informado sobre os trâmites de seu processo e a segunda tem caráter de proteção contra a atividade criminosa", afirmou Lopes.
Após a comprovação, pelo BC, de que o dano foi provocado por dispositivo antifurto, a instituição financeira deverá comunicar esse fato ao portador. As informações dadas pelo cidadão que entregou a nota ao banco poderão ser repassadas à polícia. Caso o BC comprove que o dano não foi causado por dispositivo antifurto, o banco providenciará a troca da cédula.
De acordo com Lopes, caso algum cliente saque dinheiro manchado em caixa eletrônico, é importante retirar extrato bancário em seguida e comunicar o fato à instituição financeira. Se não for possível fazer essa comunicação de imediato, a orientação é registrar a ocorrência em uma delegacia. Segundo Lopes, em casos de falha da instituição financeira, o cliente poderá ser ressarcido pelo banco.
Os bancos poderão ser ressarcidos pelo BC quando as cédulas forem manchadas por acidente ou por situação de furto frustrado. Os custos de produção das novas notas e de análise serão definidos pelo BC e cobrados das instituições financeiras. Também serão estudados mecanismos que ajudem deficientes visuais a identificar cédulas manchadas.
ROUBOS
Há uma onda de ataques com explosivos a caixas eletrônicos em São Paulo. Houve 77 ataques em 2011, feitos segundo a polícia por quatro gangues. Dos cerca de 100 bandidos que as integram, afirma a investigação, 26 são policiais militares.
Ontem, a polícia prendeu sete suspeitos de integrar a quadrilha - entre eles, quatro PMs e um ex-PM. Segundo a polícia, os dois chefes do grupo foram presos: o soldado João Paulo Vitorino de Oliveira e André Luiz Gejuiba Leite, o Andrezinho.
Fonte: Folha.com
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