Os governos dos dois países ainda devem definir se a reunião dos secretários será realizada em Buenos Aires ou em Foz do Iguaçu, indica um comunicado do Ministério de Indústria argentino. "A partir da reunião entre Giorgi e Cordeiro, os dois governos começaram a pactuar e coordenar os temas da agenda que serão tratados na reunião bilateral", explica a nota oficial.
"Tivemos um encontro muito positivo. Tanto Argentina quanto o Brasil vão privilegiar a relação de parceiros estratégicos. Os secretários trabalharão sobre uma agenda que incluirá todos os temas pendentes tanto pontuais como estruturais", ressaltou Giorgi após a reunião.
O governo brasileiro impôs na semana passada restrições à importação de automóveis de todo o mundo, mas a medida foi interpretada na Argentina como uma represália às barreiras que Buenos Aires impõe aos alimentos procedentes do Brasil. As medidas provocaram atritos entre os dois países.
Giorgi enviou dias atrás uma dura carta ao ministro Fernando Pimentel (Desenvolvimento), na qual defendeu as medidas de proteção comercial adotadas pela Argentina e acusou o Brasil de impor múltiplas barreiras às exportações argentinas. A ministra qualificou a medida imposta pelo Brasil de "intempestiva e sem aviso" e advertiu que a resolução afeta 50% do comércio bilateral.
Pimentel convidou Giorgi a realizar uma reunião bilateral em Brasília para abordar o assunto, mas a argentina propôs que o encontro fosse feito em Foz do Iguaçu, na fronteira entre os dois países. Pimentel rejeitou nesta segunda-feira que essas desavenças tenham representado uma ruptura no diálogo com a Argentina e afirmou que o encontro com Giorgi será realizado provavelmente na semana que vem.
Em seu discurso, o ministro brasileiro reiterou que as medidas anunciadas na quinta-feira passada têm como objetivo defender a indústria local, e não prejudicar um país em específico. A norma, que estabelece a implantação de licenças não automáticas para a liberação nos portos e aduanas dos veículos automotores importados, despertou também a preocupação dos fabricantes de automóveis da Argentina.
Fonte: Folha.com
Nenhum comentário:
Postar um comentário